sábado, 4 de junho de 2022

A infecção Varíola do macaco pode virar pandemia? O que sabe até o momento.

A varíola de macaco, uma doença rara presente em alguns primatas na África Central e Ocidental e causa erupções cutâneas, tem causado preocupações sobre o registro de casos na Europa e nos Estados Unidos. É possível que se torne uma pandemia? De acordo com os cientistas, não - e por várias razões.


 a primeira observação da doença em macacos esteve em laboratório em 1958, com o primeiro caso em humanos sendo observado na República Democrática do Congo em 1970. Desde então, alguns surtos atingiram o país africano e, às vezes, a Europa, sem, no entanto, atingir o estado pandêmico.

A varíola tem casos sendo registrados em vários países, mas seus sintomas são moderados e não causarão uma pandemia, dizem os cientistas .

A varíola tem casos sendo registrados em vários países, mas seus sintomas são moderados e não causarão uma pandemia, dizem os cientistas 
que sabemos até agora


Até a última quinta-feira (19), 109 casos suspeitos de varíola de macaco foram relatados em todo o mundo, com nove deles confirmados no Reino Unido, a maioria em Londres. Em Portugal, há 14 confirmações e 20 suspeitas; na Espanha, há sete confirmados e 24 suspeitos. Na Itália, há dois casos suspeitos, e na Bélgica, também dois, com um caso confirmado.


Na França e na Suécia, um caso cada, enquanto os EUA têm um caso confirmado e um suspeito. No Canadá, há uma confirmação e 21 suspeitas. Na Austrália, há um caso confirmado e uma suspeita. Especialistas, no entanto, acreditam que pode haver mais casos, temendo subnotificação, especialmente porque alguns casos têm sintomas mais importantes.

Quanto à ligação entre os casos, a primeira confirmação no Reino Unido veio de uma pessoa que tinha viajado para a Nigéria, infectando mais dois, mas outros quatro casos não têm relação com nenhum outro.




Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão é feita pela exposição a animais contaminados e por gotículas infectadas (embora seja menos transmissível de pessoa para pessoa), bem como feridas de pele ou materiais contaminados. O contato com roupas, toalhas ou roupas de cama usadas por pessoas infectadas também é perigoso.



A Nigéria já experimentou surtos de varíola de macaco várias vezes nos últimos anos, mas sempre conseguiu controlar casos em última instância.A Nigéria já experimentou surtos de varíola de macaco várias vezes nos últimos anos, mas sempre conseguiu controlar casos em última instância 



Sintomas e tratamento



A varíola de macaco é uma doença com sintomas moderados, e a variante da África Ocidental - identificada como responsável no Reino Unido - é a menos mortal de todas, causando a morte de 1 em cada 100 casos. Como os sintomas podem ser mais leves, alguns especialistas alertam que pode ser menos mortal devido à subnotificação. Entre os infectados, as crianças são mais propensas a desenvolver sintomas graves do que os adultos.

Principais sintomas da varíola de macaco:



lesões ulcerativasErupçõesgânglios palpáveisFebrecefaléiasdor muscularfadiga



Erupções cutâneas geralmente aparecem primeiro no rosto, espalhando-se para outras partes do corpo, incluindo os genitais, e inicialmente podem parecer varicela antes de formar crostas.

Para o tratamento da doença, existem antivirais como tecovirimat, usado contra varicela, varíola bovina e varíola de macaco. Além disso, há uma vacina, chamada Jynneos (também conhecida como Imvanex e Imvamune), aprovada para adultos na Europa e nos Estados Unidos.



E os riscos de uma pandemia?

Como outras ocorrências de varíola de macaco, como 2017, 2018 e 2021, especialistas consideram possível conter a infecção identificando os contatos que os pacientes tiveram com outras pessoas, e países como o Reino Unido forneceram vacinas a todos os possíveis infectados. Embora não possa ser dito com certeza que uma pandemia não ocorrerá, os cientistas acham isso altamente improvável.



Na República Democrática do Congo, por exemplo, em 2001 e 2002, foram registrados 485 casos, com 25 mortes, mas a situação foi controlada. Estudos têm feito sequenciamento genético para descobrir se a variante atual é diferente daquelas que já afetaram a África, a Europa e os EUA, pois parece se espalhar mais facilmente, mas ainda não há dados conclusivos.















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